O musical “Hair” estreou em um pequeno teatro da Broadway em 1967. Depois de assistirem a celebrada remontagem da diretora Diane Paulus em Nova Iorque, em 2009, Charles Moeller e Cláudio Botelho concordaram que era hora de enfrentar o desafio, dar a visão da dupla para o musical e trazer o mito de “Hair” de volta ao Brasil.
A versão brasileira deste musical está sendo apresentado no Teatro Shopping Frei Caneca em São Paulo. Um espetáculo com duração de aproximadamente 2 horas e 40 minutos (com um pequeno intervalo), “Hair”conta com um elenco de aproximadamente 30 integrantes, homens e mulheres, jovens atores, afinadíssimos cantores, verdadeiros atletas, como dizemos nestes casos; “artistas completos”.
A peça se passa no ano de 1968. No enredo muita música, destaque para “Aquarius” e “Let The Sunshine In” (Deixe o Sol Entrar), muita dança, além do uso de palavras e gestos provocantes e somado à exuberante sensualidade dos componentes,“Hair” consegue transmitir o recado, pois leva o público à refletir, e alguns certamente a relembrar a época do Movimento Cultural e Comportamental que mudou o mundo, os “hippies”, admirados por uns, e odiados por outros (...”sexo, drogas e rock’n roll”, além dos dois dedos em “V”, símbolo do famoso “paz e amor!”).
Aborda também com muita ênfase o tema “Guerra do Vietnã”, que abalou, não só a juventude americana ao ser convocada para servir, mas também a própria “estrutura familiar” daquele país.
Destaco dois grandes momentos que não posso deixar de comentar: O primeiro em que o ator “principal”, semi-nu, se dirige a platéia e brinca com as pessoas, no caso, mulheres. E, no final da primeira parte os atores, enquanto cantam, tiram suas vestes ficando completamente nus diante dos olhares perplexos do público.
Um espetáculo contagiante, que nos faz querer dançar, cantar. Nos faz aplaudir e, para os mais sensíveis, até mesmo chorar.
Colaboração: Zé Olímpio.