sexta-feira, 12 de abril de 2013

Os pequeninos


Até tento não olhar pela janela, o que se torna impossível ao ouvir o choro de uma criança.
Todo dia é assim, o despertador toca, me levanto e começo a rotina matinal.
Abro a janela para entrar o ar e a claridade da manhã.
Da janela vejo o colégio, fico olhando, observando o movimento. É um vai e vem de carros (pais deixando seus filhos), portas batendo, tchau pra cá, tchau pra lá.
Alguns adolescentes chegam à pé, devem morar perto, talvez venham de ônibus.
Mas o que geralmente chama a minha atenção são “os pequeninos”. Eles são assim: alguns descem do carro, saem correndo em direção à porta de entrada e desaparecem escola adentro. Outros caminham um pouquinho, param, olham para trás e continuam.
O que me sensibiliza, são aqueles ficam por um longo tempo abraçados ao pai, ou à mãe e não querem largar. Chego a sentir o abraço deles. Provavelmente depois dos pais falarem algo que os convença, eles se soltam e começam a dar alguns passos em direção à porta, porém recuam e voltam chorando.
Eu fico olhando, observando, refletindo, o coração... apertado. Penso que os pais devem sofrer por terem que deixar o(a) filhinho(a) para irem trabalhar. Já passei por isso, e sofri muito. Acredito que meu filho também.
Comento com meu marido, ele acha uma judiação essas crianças tão cedo na escola, diz que na época dele não era assim. Na minha também não.
Passados alguns minutos, barulho e agitação cessam, os portões e as portas se fecham, agora o silêncio toma conta do local.
E amanhã é outro dia...

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