quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014


Será a fé vazia ou ela é uma força vital? Fides, em latim, é aquilo que leva a acreditar em algo. Fala-se muito, nos tempos atuais, sobre o papel da fé. Até se dia às pessoas “Acredite, tenha fé”. Vez ou outra, isso aparece de modo meio mágico, dando a entender que basta acreditar para que as coisas aconteçam. Claro que não. Sabemos da dificuldade que é ter uma crença sem um movimento, sem uma ação. Mas, de fato, ela é força vital em várias situações.
Pode alienar, em alguns casos, pode desviar em outros casos, mas a fé, quando colocada como a possibilidade de realizar algo em que se acredita, tem um movimento que ultrapassa o mero campo da Religião – que é importante, mas é apenas um deles.
Em um ensaio sobre a fé, o escritor espanhol Miguel de Unamuno diz algo que nos ajuda a pensar: “Fé não é crer no que não vimos, mas é criar o que não vemos.” Isto é, a capacidade de elaborar, de construir, de edificar aquilo que pareceria ausente ou até inexistente em nosso cotidiano.
Ir com fé, não aquela fé tola, da mera entrega, da crença sem nenhuma base, mas a fé que seja um movimento de inclinação em que alguém se debruça sobre uma ação, acredita na sua possibilidade e cria o que não se vê, em vez de apenas crer naquilo que não vê.


Mario Sergio Cortella (Pensar bem nos faz bem! vol.1)

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