Agora que a
adrenalina está baixando - e a tremedeira está começando - acho que dá para
narrar o que aconteceu.
Ontem passei um
dos maiores sustos da minha vida, pois, o que era para ser um simples passeio
no calçadão, quase se tornou uma tragédia.
Não era nem 20h e, como a moçada já
estava pronta, resolveram sair na frente. Foram... Bruno, Fernando, Danilo,
Letícia e o Henrique. Uns 15 minutos depois fui eu, a Adriana e o Zé. A moçada
queria comprar algumas coisinhas que tinham visto no dia anterior. Eu e a Adriana fomos mais
especificamente para comprar um macacãozinho. O Henrique foi pra comer.
Chegando ao barracão
eu e a Adriana
experimentamos e compramos o macacão. Após encontrar o Henrique que já tinha
comido, fomos encontrar a moçada. O Bruno e o Fernando iam comer. Conversamos e
resolvemos voltar para o apartamento antes deles.
Voltamos
caminhando – lentamente - e conversando. O Henrique e a Adriana , ora do nosso
lado, ora alguns passos na nossa frente. As ruas estavam meio desertas. Eu só
pensava na moçada caminhando por ali. Conforme a gente caminhava, meu coração ficava cada vez mais apertado.
E quanto mais nos
aproximávamos do apartamento mais eu ficava agoniada. Queria voltar!
Na ultima
esquina antes do prédio onde estávamos hospedados, passamos por dois travestis. Onde foi que nos enfiamos. Pensei. E mais próximos do prédio, talvez a uns 30
metros , do outro lado da rua, vi uma turminha
– meio suspeita – sentados e pareciam planejando algo. Eles observavam o Henrique
e a Adriana
que estavam um pouco a nossa frente, em seguida olharam para mim, e o Zé.
Bom, nessa hora
(já apavorada) falei para o Zé: _Vai e fala para o Henrique que vamos ter que voltar
para buscar os meninos. E tudo que vou relatar abaixo aconteceu, acredito que
em menos de um minuto.
O Zé se adiantou
para falar com o Henrique. O Henrique estava chamando no interfone. A Adriana falando
pra mim que a chave estava comigo. Olhei para o Zé e na mão dele. Lembrei que
tinha colocado a chave no bolso da minha jaqueta. Estava pegando ela e vi a gang vindo em
nossa direção. De repente um veio correndo - com a mão por
baixo da blusa - berrando alguma coisa. Não sei se foi “perdeu”, ou “assalto”,
ou “entrega”. Os outros estavam se aproximando, meio que cercando a gente.
Nisso o Henrique começou a berrar e foi pra cima deles. Eu não conseguia me
mexer e nem falar. Mil coisas passavam na minha cabeça. Olhava para os outros – mais focada em um que
estava próximo de mim, e do Zé. E se algum deles estiver armado e começar a
atirar na gente?
A Adriana falava
em desespero para eu abrir o portão e entrar. Quem disse que nessa hora a gente
acerta o buraco da chave? Quem disse que acertando a gente consegue girar a
chave? Ela berrava para eu entrar. Eu olhava toda aquela correria. Aquela
gritaria. Além de pensar nos meninos e a Letícia que deviam estar vindo. Que
desespero!!
Eu já tinha
aberto o portão e subia correndo para abrir a porta de vidro que dá acesso ao
saguão do prédio, quando vi a Eliane e o Gabriel descendo correndo. Ela ouviu a
gritaria pelo interfone. Nisso a Silvana que estava no salão de jogos também
chegou.
Vimos o Henrique
voltando e fomos saber dele o que fazer.
Bom, ele com a
experiência que tem, disse que viu que o assaltante que veio pra cima da gente
não estava com arma de fogo, por isso ele partiu pra cima. Só que eu não sabia. E não sabia também
que o Henrique estava só com o canivete.
Eu continuava
desesperada por causa dos meus filhos e Fernando. Pedia que alguém fosse buscá-los.
Enquanto o Henrique foi pegar o revolver, o Zé ligou para a Letícia para saber
onde eles estavam. Estavam próximos, porém, vendo que vinham algumas pessoas em
direção deles, e já sabendo mais ou menos o acontecido, voltaram (orientados
pelo Zé) para esperar em frente ao Hotel Casa Grande.
Foi o Gabriel e
Henrique encontrar a moçada. O Zé ficou com a chave e, no celular, orientava a
Letícia para aguardar. Eu, Silvana, Adriana e Eliane ficamos de olho para ver
se a gang voltava.
Quando já estávamos todos reunidos e, diante da hipótese levantada pelo Henrique de que provavelmente a gang
voltaria e, provavelmente armada, concordamos em sair imediatamente do prédio.
E assim, enquanto o Bruno e o Gabriel colocavam o carro que estava na rua, dentro do estacionamento do prédio, nós subimos para fazer as malas. Carregamos os carros e em menos de 20 minutos estávamos saindo, escoltados pelo Henrique que ficou do lado de fora vigiando. Momento tenso!
E assim, enquanto o Bruno e o Gabriel colocavam o carro que estava na rua, dentro do estacionamento do prédio, nós subimos para fazer as malas. Carregamos os carros e em menos de 20 minutos estávamos saindo, escoltados pelo Henrique que ficou do lado de fora vigiando. Momento tenso!
Agora que tudo
já passou, inclusive a tremedeira, eu fico pensando em todas as outras possibilidades. Que... "Se" o Henrique estivesse armado ele mataria todos. Que... "Se" o Henrique não tivesse voltado comigo, Adriana e o Zé não sei o que teria sido. Se, se... Se.
E diante de tantos "se" a única confirmação que tenho é que Deus nos protegeu. E iluminou o Henrique para reagir da melhor maneira possível. E o que realmente importa é que voltamos todos sãos e salvos para casa.
E diante de tantos "se" a única confirmação que tenho é que Deus nos protegeu. E iluminou o Henrique para reagir da melhor maneira possível. E o que realmente importa é que voltamos todos sãos e salvos para casa.
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