domingo, 8 de fevereiro de 2015

Terreno santo-sagrado


O que vou contar se passou há alguns dias atrás, em uma noite de quinta-feira. O Zé e eu estávamos em casa, “de boa” quando resolvi que queria assistir o programa Direção Espiritual, com Pe.Fábio de Melo. Só que quinta-feira não é dia! O programa é transmitido toda quarta-feira, pela rede Canção Nova.
O que fazer então? O jeito foi conectar o notebook na televisão e assistir pelo YouTube.
Escolhi um programa. Aliás, assistimos dois. O que eu não aconselho. Cada programa é um tema. Uma leitura da bíblia. Uma reflexão! Ou seja, assistir mais de um programa no mesmo dia é muita informação e a gente acaba por não aproveitar inteiramente.
No programa (não lembro se foi o primeiro ou o segundo) o padre leu a carta de uma ouvinte, que dizia sonhar continuamente com um versículo da bíblia, que está em Êxodo – 3,5 E Deus: “Não te aproximes daqui. Tira as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que te encontras é uma terra santa”. Esse capítulo é sobre a sarça ardente, em que Deus pede para Moisés tirar as sandálias, pois, ele estava pisando em terreno santo, sagrado.
O Pe.Fábio explicou com exemplos  (gosto muito quando ele cita exemplos porque fica mais fácil a compreensão) o que, ou quais são os terrenos sagrados, que muitas vezes passam despercebidamente por nós. Ou pelo menos, não os reconhecemos ou intitulamos como santos, sagrados.
Um dos exemplos é dele mesmo. Disse ele que, um dia vendo a bíblia da mãe abarrotada de papéis no meio, convenceu-a de que ela deveria fazer uma limpeza. Conforme ele foi tirando os papéis, percebeu que ela ficava ali, do ladinho só observando. E então ele chegou em um papel de bala, ela logo falou que não queria se desfazer dele. Disse ela que ganhou a bala no dia em que foi visita-lo no seminário. Ou seja, aquele papel representava muito para ela. E diante disso, ele percebeu que estava invadindo um terreno sagrado, da mãe.
Engraçado que o padre não falou do Casamento. Da família. Acredito que porque esses terrenos todos nós conhecemos e respeitamos. Ele falou de coisas que nem percebemos.
E assim, desde aquela noite, desde aquele programa, venho pensando em quando tive meu terreno sagrado invadido. Ou mesmo, quando eu invadi o terreno sagrado de alguém.
Lembrei-me que na época da eleição tive meu terreno sagrado invadido. E até hoje pago por isso. Mas essa é outra história.
Então relacionei alguns terrenos meus que são sagrados, e que, com certeza, não gosto que o invadam: Gostar de dormir. Às vezes gosto de ficar quietinha, olhando para o horizonte, pensando em nada. Gostar de tomar um cafezinho logo que acordo, mesmo que eu tenha acordado às duas da tarde. Gostar de cantar – mesmo sem saber. Tem aqueles terrenos sagrados que todos sabem, não devemos meter o “bedelho”. A religião, política, time de futebol. Acreditem ou não... Escrever no meu blog. Esse tempinho pra mim, também é sagrado.
Também tenho pensado em quais são os do Zé. Afinal para vivermos bem tenho que respeitar o território dele. Acho que esses são alguns deles: O carro. A moto. O violão. Ele se irrita facilmente com determinados barulhos, principalmente a noite. Ele não curte animais (esse é um caso de trauma).
E tenho pensado diariamente sobre isso. Com os colegas do trabalho. Com a família. Os filhos. E com isso, com certeza vou aprender a respeitar mais cada um.
Faça isso você também. Faça uma análise de quais terrenos são sagrados para você, e não deixe que as pessoas invadam o mesmo. E também, veja se não anda invadindo os terrenos sagrados dos outros.

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