Com a proximidade da Páscoa e o
aniversário do Henrique que foi no dia 07, lembrei-me de um episódio da minha
vida. Aconteceu há 10 anos. Como costumo dizer: “pirei”.
Eu estava desconsolada (louca
mesmo) porque depois de inúmeras idas e vindas do Rubens, em um dia do mês de
março de 2007, ele foi embora de vez. Prometeu nunca mais voltar. Eu ainda
rezei muito para ele voltar, mas não era para ser. Então, resolvi que tinha que
fazer alguma coisa. E fiz...
Comprei passagens de ônibus para
mim, e os filhos, com destino a Itanhaém. Ia ficar na casa do meu primo Luciano
que estava morando lá. Não lembro se eu o avisei, e a Luciana – esposa dele -
que estava indo.
Minha mãe vendo a loucura que eu
estava fazendo, ou com receio de eu fazer outra maior, resolveu ir junto.
Chegamos a rodoviária de Santos e depois pegamos um circular até onde meu primo
morava. O ônibus lotado. Tinha muita gente mal encarada. Lembro que em alguns
momentos eu olhava para os meus filhos que estavam sentados nos outros bancos e
pensava: Meu Deus, o que estou fazendo? Chegamos no Luciano já era noite.
A Luciana e as irmãs dela estavam
fazendo ovos de páscoa. Tinham muitas encomendas. Coitadas. A gente deve ter
atrapalhado muito. Visita em horas assim não é legal. Mas acha que eu tinha
discernimento para perceber isso?
E onde o Henrique entra nessa
história? Acho que ele e a Adriana, vendo a loucura que eu tinha feito, pegaram
o carro e foram para Itanhaém também. Chegaram no dia seguinte.
Apesar de eu estar acabada –
literalmente. Na época pesava 12 quilos a menos que hoje. E acreditem... Não
estou gorda hoje. Apesar de tudo nos divertimos muito na praia. Até hoje a
gente fala que foi uma das nossas melhores viagens para a praia. Ficamos bem a
vontade. À noite a gente ia à feirinha. Em uma das noites - deve ter sido no
aniversário do Henrique - fizemos um churrasquinho. Enquanto isso, a Luciana e
as irmãs faziam ovos de chocolate.
Não lembro exatamente o dia que
chegamos lá. Saímos no Domingo de Páscoa. Isso eu sei, porque no ônibus, eu vi
um pai ligando para o filho, dizendo que ia buscá-lo na rodoviária, e no início
da conversa teve um: “Feliz Páscoa”. Lembro também que nesse momento fiquei
triste pelos meus filhos, porque eles estavam ali, sentadinhos. Eu nem comprei
ovos de Páscoa para eles. Pensei também que o pai bem que podia ligar para
eles, para desejar “Feliz Páscoa”. Mas isso não aconteceu.
Bom, mas tudo isso passou. Saímos
todos ilesos. Fisicamente, com certeza. Psicologicamente também espero que sim.
Por mim, eu superei. Meus filhos, quando conversamos sobre esse episódio, eles
são unânimes em dizer que se divertiram muito. O Henrique só ri. Minha mãe e a
Adriana - meus anjos protetores - nem sei o que pensam, mas com certeza elas
compreenderam a minha atitude, e porque não dizer, a minha loucura.Quando lembro desse episódio fico com um pouco de vergonha, mas sei que naquela época, fiz o que achava que tinha que fazer. Como dizem para para mim, e concordo... O que fiz ou passei tornou-me a pessoa que sou hoje. E uma certeza eu tenho. Sou menos louca.rsrs
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