Eu e as crianças dormimos em um quarto da casa da
Adriana e do Henrique. Na terça-feira a noite, o Rubens apareceu no portão
dela, e disse que queria que a gente (eu e as crianças) voltasse para casa.
Falei para ele que, sendo assim ele teria que
sair do trabalho. Não tinha como ele continuar trabalhando com a Kátia, depois de
tudo o que tinha acontecido. Ou de tudo o que eu sabia.
Ele me disse que teria que ir na quarta porque tinha
uns trabalhos inacabados. Voltamos com ele, para casa. Imaginem como fiquei no dia seguinte, em casa. Muito apreensiva.
Imaginando os dois juntos, o dia inteiro. Ao voltar para casa, a noite, ele me disse
que teria que ir no dia seguinte novamente. Eu disse que não poderia suportar
mais tanto tempo. Eu já sofria demais.
Então, na quinta-feira, quando ele chegou do
trabalho, tentou me convencer que tinha que continuar indo no trabalho. Foi
então que eu disse que ele teria que escolher. O trabalho – e com ele a Kátia.
Ou eu – a família. Ele levou os filhos para o quarto e começou a conversar com
eles. Eu comecei a juntar mais algumas roupas. Ele tinha tomado a decisão.
Liguei para a Adriana e o Henrique que mais uma vez
foram nos buscar. Os filhos não deviam entender muita coisa. Nem eu entendia! O Bruno tinha 16
anos. O Danilo 14. A Letícia estava prestes a completar 12 anos.
Eu estava sem rumo. Não sabia o que fazer. Meus
familiares inconformados. Todos me ligavam para saber o que estava acontecendo
e para me dar apoio. Eu só chorava. No fim de semana, o Marquinhos foi até o
Rubens para conversar. Para tentar ver se o convencia a voltar atrás.
Foi então que o Marquinhos ligou para mim, e disse
que o Rubens estava convencido de que não sentia mais nada por mim. Que os
olhos lacrimejavam quando falava dos filhos, mas que entre eu e ele não tinha
mais jeito. Não tinha mais volta. Da parte dele não tinha mais amor.
Vendo que não tinha mais o que fazer perguntei se alguém conhecia um advogado que pudesse me orientar. O meu irmão Sandro indicou
uma advogada que era da igreja dele. Doutora Zilda (acho que era esse o nome).
Marquei um horário com ela, na segunda-feira.
No escritório de advocacia, expliquei toda a situação
para a advogada. Disse os bens que a gente tinha. Ela pediu para eu levar os
documentos que ela ia preparar os papéis da separação. Como eu ainda tinha a
chave de casa, fui até lá para pegar os contratos. Reparei que na cadeira do computador
tinha uma camiseta nova (já usada) e na escrivaninha um cupom fiscal do Carrefour
do Shopping Iguatemi, onde provavelmente ele tivesse ido com a Kátia, no final
de semana. No cupom tinha água e “Ferrero Rocher”. Foi mais uma apunhalada. O Rubens
de vez em quando trazia para mim, um “Ferrero Rocher”. Eu achava aquilo uma
prova de amor. E de repente vi que essa prova ele estava dando para outra
pessoa.
Saí daquela casa mais magoada ainda. No dia seguinte
levei os documentos para a advogada. Ela preparou tudo. Entrou em contato com o
Rubens, para ele ir ao escritório para ver se concordava com tudo o que ela colocou no papel.
Ele não foi! Então ela me deu os papéis e pediu para eu ir até ele e ver se ele
estava de acordo. Eu fui...
Esperei ele chegar do trabalho. Ao chegar, ele me olhou e era como se eu fosse uma qualquer. Engraçado como ele mudou da noite para o dia. Nem parecia que eu tinha vivido por quase 20 anos com ele. Pedi para ele sentar e comecei a ler o que a advogada tinha colocado no papel. Cheguei a pedir para ele um pouco mais de pensão. Ou uma ajuda para pagar um aluguel até eu me ajeitar. Porém, ele não quis me dar nada mais do que estava na lei. Não levou em consideração o tempo que eu me dediquei a ele. A casa e aos filhos. Ainda nesse dia, jogou na minha cara tudo o que tinha feito por mim (ou me dado) durante todos os anos que vivemos juntos. Como se tudo tivesse sido por obrigação. Não por amor.
Saí de lá já era tarde. Tinha que pegar dois Ônibus para chegar na Adriana. Lembro que fiquei no ponto de ônibus pensando que o Rubens que eu conhecia até pouco tempo, jamais deixaria eu naquele ponto, aquela hora da noite. Mas, pelo jeito aquele Rubens não existia mais, assim como a Margareth - esposa do Rubão - em pouco tempo também deixaria de existir.
Esperei ele chegar do trabalho. Ao chegar, ele me olhou e era como se eu fosse uma qualquer. Engraçado como ele mudou da noite para o dia. Nem parecia que eu tinha vivido por quase 20 anos com ele. Pedi para ele sentar e comecei a ler o que a advogada tinha colocado no papel. Cheguei a pedir para ele um pouco mais de pensão. Ou uma ajuda para pagar um aluguel até eu me ajeitar. Porém, ele não quis me dar nada mais do que estava na lei. Não levou em consideração o tempo que eu me dediquei a ele. A casa e aos filhos. Ainda nesse dia, jogou na minha cara tudo o que tinha feito por mim (ou me dado) durante todos os anos que vivemos juntos. Como se tudo tivesse sido por obrigação. Não por amor.
Saí de lá já era tarde. Tinha que pegar dois Ônibus para chegar na Adriana. Lembro que fiquei no ponto de ônibus pensando que o Rubens que eu conhecia até pouco tempo, jamais deixaria eu naquele ponto, aquela hora da noite. Mas, pelo jeito aquele Rubens não existia mais, assim como a Margareth - esposa do Rubão - em pouco tempo também deixaria de existir.
Com os documentos em mãos a advogada marcou a audiência
para o dia 11 de agosto. O que sei é que entre eu sair de casa (naquela
quinta-feira) e o dia de assinar os papéis tinha passado somente uma semana.
Até hoje eu não entendo como tudo foi tão rápido.
Eu não pensava mais. Somente agia. De onde eu estava tirando forças eu não sei! Mas ainda tinha muita coisa pela frente... Para acontecer!
Eu não pensava mais. Somente agia. De onde eu estava tirando forças eu não sei! Mas ainda tinha muita coisa pela frente... Para acontecer!
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