terça-feira, 14 de novembro de 2017

Dias cinzentos (parte 3): Dia de assinar os papéis

Era dia 11 de agosto de 2006 - sexta-feira.
Eu saí da casa da Dri bem antes do horário. Passei na igreja – Catedral – e ali, diante do Santíssimo fiquei por um tempo. Conversei com Deus. Pedi para que fosse feita a vontade D’Ele. Mas no fundo eu queria que o Rubens não fosse. Ou não assinasse. Queria que qualquer coisa acontecesse para que a separação não se concretizasse. E fui para o fórum.
Chegando lá encontrei com a Dra Zilda - minha advogada. Pouco depois o Rubens chegou. Ele foi sozinho. Sem advogado. Ficamos sentados em uma sala esperando. Primeiro cada um (separadamente) teve que ir conversar com a promotora. Como o Rubens não tinha advogado, a Dra.Zilda acompanhou ele. Depois fui eu. A promotora fez perguntas: Se eu estava certa de que queria separar. Se eu estava de acordo com as condições descritas no papel da separação. E mais algumas outras que não me lembro.
Depois voltamos na primeira sala e ficamos aguardando o juiz chamar. Teve um momento em que o Rubens saiu de perto da gente e a Dra.Zilda contou que ele estava muito seguro. Que não titubeou em nenhum momento diante das perguntas da promotora. Ela inclusive falou que achou ele arrogante.
E chegou a vez de irmos diante do juiz. A Dra Zilda me orientou a ser firme nas respostas, porque se o juiz percebesse que eu estava indecisa ele podia adiar o processo. E com isso a separação partir para o litigioso. E isso ia ser muito desgastante para ambas as partes, além de gerar mais custos. E eu não queria nem um, nem outro.
Na sala, de um lado, o juiz, a promotora e uma terceira pessoa digitando a nossa conversa. Do outro lado, eu, a Dra Zilda e o Rubens. O juiz leu todas as cláusulas da separação. Ele perguntava e a gente respondia. A mesma pergunta, os dois tinham que responder se estavam de acordo.
Diante das respostas seguras minhas e do Rubens, a única coisa que o juiz exigiu foi que eu não poderia tirar o sobrenome do Rubens enquanto meus filhos fossem menores de idade. Ele alegou que eu poderia ter problemas, principalmente com viagens. É porque nenhum dos meus filhos tinha o meu sobrenome. Somente o do Rubens.
Terminado o interrogatório, assinamos os papéis e nos retiramos da sala. Despedi-me da Dra Zilda. O Rubens ofereceu-me carona até o Shopping Campinas. Eu aceitei. A gente parecia dois desconhecidos. Percebi que ele estava aliviado. Ali no shopping eu passei na loja em que minha amiga – Silvia – trabalhava. Contei para ela de onde eu estava vindo. Ela não acreditou. Para todos era uma coisa meio impossível, porque até meses atrás o Rubens era apaixonadíssimo por mim, pelos filhos, pela família. Então, saber que a gente tinha separado era muito difícil de acreditar. Nem eu mesma ainda acreditava!!
Fui para a casa da Dri. Lembro que cheguei lá, ela só me olhou e eu falei que tudo estava terminado!
Bom... Nem tudo! Ainda tinha muita coisa para acontecer...

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