sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Dias cinzentos (parte 5): Primeiros passos após a separação

No dia seguinte a minha ida ao fórum, assinar os papéis da separação, foi o aniversário da Letícia. Ela estava completando 12 anos.
A Adriana que é madrinha dela comprou um bolinho e mais algumas coisas. Ela fez uma festinha para a Letícia, na casa da minha mãe. Nesse dia, se algum dos meus tios ainda não sabia da separação, ficaram sabendo.
Nos dias que se seguiram eu fiquei atrás de transferir os filhos de escola. O Danilo e a Letícia ficaram em uma escola municipal e estudariam no período da tarde. Já o Bruno ficou em uma escola estadual, no período da manhã. As duas escolas no bairro. Comecei também a procurar uma casa para alugar. Coloquei uma meta de em 06 meses vender a casa em Araçatuba e a chácara para comprar um imóvel. Começamos a procurar no bairro e encontramos uma casinha de fundo, na rua que fica atrás da casa da Adriana. E o melhor... Consegui alugar por 06 meses, pois, o senhor que alugou era amigo do Diogo. E o Diogo era o dono do barracão onde funcionava a academia da Adriana e Karen. Não lembro por quanto eu aluguei a casa. Mas não devia sobrar muito do valor da pensão.
Enquanto a gente procurava casa, fui com a Adriana pegar caixas de papelão no Atacadão, para colocar os utensílios da casa. Contratei um caminhão de um senhor que morava no Parque Santa Barbara. Foi ele e os dois filhos carregar o caminhão.
No dia da mudança, estavam eu, Shirlei, Adriana e Karen. Eu não tinha forças para nada. Ficava mais sentada no sofá, lamentando do que qualquer outra coisa. Coitadas! Elas empacotaram tudo. A Adriana e a Karen também fizeram viagens com o carro, levando as coisas que poderiam quebrar no caminhão. Televisão, computador, aparelho de som, enfeites, espelho... E olha que não era nada perto, uma casa da outra. Gente do céu! Como eu juntei coisas. Tanto que o caminhão teve que fazer duas viagens. Também, eu entrei naquela casa e fui comprando, comprando, afinal foram 18 anos para mobiliar a casa. E como ela não era pequena, tinha móvel pra caramba!
Foi nesse dia que a mãe da Rose – que a gente chamava de D.Dinda (ela mora em frente minha ex-casa) ficou sabendo que eu estava indo embora, e o que tinha acontecido. Ela ficou boquiaberta. E como não ficar, não é? Até uma semana antes, eu estava ali. Tudo normal. E de repente estou indo embora. 
Quando terminamos de carregar tudo, eu dei uma olhada geral e despedi-me de tudo. Daquele lugar que tinha sido minha morada por tantos anos. E fui embora...
Sei que ficamos na casa da Adriana entre 10 e 15 dias. Ou seja, antes do fim do mês eu já estava na casa alugada. Além do aluguel eu tinha contas que foram feitas antes da separação. Uma delas era a prestação da máquina de lavar roupa. O telefone, a Adriana puxou extensão da casa dela para a minha. Usamos durante todo o tempo que ficamos na casa. Já a NET eu ficava “chorando” (literalmente) para os atendentes dizendo que eu não tinha como pagar, pois, tinha separado. Eles ficavam comovidos com a minha situação e deixavam-me continuar usando sem pagar. Foi assim por meses. Sei que não sobrava nada a pensão, aliás... Faltava. Então comecei a pegar empréstimos da cooperativa.
Quanto a escola, as crianças se adaptaram bem. O Danilo e a Letícia fizeram amizade com a criançada da rua. E como tinha criança naquela rua. Nunca vi igual.
Já o Bruno deu um pouco de trabalho. Cheguei a ir duas vezes com ele até a entrada da escola e ele não entrava. Isso porque ao acordar eu fazia chá de camomila para ele e para mim. Conversava com ele. Pedia para ele me ajudar. Até mesmo a Jacqueline, minha amiga, falou que ia pedir para o Ariel – filho dela, que estudava na mesma escola, para dar uma força para o Bruno. E um dia o Bruno foi e ficou. Graças a Deus!
E assim, duas semanas depois da separação, estávamos instalados e todos na escola. Eu ainda tinha que vender a chácara. A casa em Araçatuba. Tentar comprar uma casa para sair do aluguel. E arrumar trabalho.
Mas antes disso eu tinha que parar em pé!!

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